Câmera, luzes, ação: é isso o que está acontecendo nesse exato momento, enquanto milhares de pessoas sofrem com as catástrofes climáticas. Sim, simplesmente isso.
Os telejornais estão focados em anunciar, em propagandear, em serem as vozes da verdade, defensores do bem comum.
De um lado mostram os governantes preocupados, em coletivas para explicar, para prometer verbas e muitas outras coisas para ajudar os afligidos. De outro, mostram a deficiência do Governo em precaver essas situações, mostrando depoimentos de moradores que falam quantas vezes já foram banidos de casa pelas águas torrenciais.
É puramente um jogo de empurra-empurra, já que, não se faz nada além de mostrar. Só.
Por que falar do que não foi feito, depois de já ter acontecido? Por que não deixar de se preocupar com o futuro de jogadores milionários durante o ano e focar suas lentes e microfones para captar as reinvidicações do povo.
Sim, porque não. Porque não interessa. O legal, o interessante é mostrar o circo pegando fogo.
Nesse contexto, podemos nos perguntar qual o papel do publicitário nisso tudo?
Propagandear não é só estimular o consumo em massa desenfreadamente, vai, além disso, pois ele deve ser responsável sócio-ambientalmente. Deve usar seu conhecimento em favor daqueles que são a engrenagem que favorece seu trabalho.
O publicitário tem o dever de informar, de conscientizar, até de educar seu público consumidor, criando hábitos e tendências positivas para minimizar os efeitos do consumismo.
Foi-se o tempo em que a publicidade era vista como uma vilã, uma serpente do Éden que induz ao pecado do consumo: já faz um bom tempo que as questões sociais e ambientais entraram nas pautas de ações essenciais das agências e dos órgãos reguladores, pois é fato que ao se estimular o consumo, não surgem apenas bons produtos como estímulo da economia, mas também a poluição por descarte de coisas “ultrapassadas” em locais indevidos.
Portanto, nesse momento, o publicitário deve usar todo o potencial da propaganda para construir um país realmente melhor, mostrando a realidade e a necessidade de mudanças de hábitos, sendo comedido e criativo em suas peças de venda, afim de que, mova o mercado de consumo para um patamar mais refinado, que saiba usufruir sem causar impacto ao vizinho.
Enfim, é o momento de se arregaçar as mangas e praticar atos construtivos para o próprio bem da publicidade, para que ela não se torne algo sem sentido, visto que, corremos o sério risco de chegarmos ao ponto da desfiguração da sociedade em poucas décadas, devido a vários fatores.